sexta-feira, 29 de abril de 2011

Pai

Eu não sei como começar este post...
Não sei como abrir os olhos esta manhã.
O céu realmente está nublado, a cabeça está cheia e um misto de frustração e impotência pesam sobre o meu corpo.
Eu sei, já faz tantos anos mas ainda posso ver o dia que você se foi, posso ver os flashes da lembrança de uma infância que durou tão pouco.
Me sinto patética ao despejar toda falta que você me fez, toda saudade que me abateu, todas as consequências que isso me trouxe.
Nos dias das dores de ouvido, você não esteve lá.
Na saída da escola você não esteve lá.
Nos momentos das escolhas erradas, quando eu precisei de conselhos ou até mesmo de uma bronca , não foi você que o fez.
Na minha formatura, você não estava lá.
No homenagem ao dia dos pais, não foi pra você que eu cantei... (eu nem sei pra quem raios, eu cantei aquela droga de música).
Quando eu caí, você não me levantou.
Quando eu chorei por medo do escuro, não foi você que me abraçou.
Você não me ensinou a andar de bicicleta, não me fez gostar de matemática, não me deu livros como inspiração para vida, não me deu a mão.
Tudo isso é denso demais, foi abafado demais, por tempo demais. E nesse momento, onde minha fragilidade está estampada em minhas palavras, meu rosto e gestos, nesse exato momento onde o seu lugar se faria necessário, mais uma vez você não está aqui.
No meio de toda essa frustração eu tento olhar pra trás, juntar os cacos desse destino que nunca esteve em minhas mãos e fazer dele uma nova lembrança, sem mágoas, sem raiva, porque durante esse percurso frustrante que pareceu vazio, eu encontrei amor, encontrei abrigo, encontrei consolo em meio à dor e o medo, quem me ensinou o valor da vida, me disciplinou no momento certo, um alguém pra quem eu canto, com a certeza de não ser esse amor limitado, finito, ausente, displicente... Deus! E aqueles que Ele enviou à mim como um presente perfeito e prova do seu grande amor por mim: mãe, irmãs, tias , amigos... em fim, FAMÍLIA!

Um comentário:

  1. É... eu sei como é isso, cheguei a pensar que não havia amor de um pai, mas Deus me mostrou o verdadeiro amor de um PAI, e que existia sim esse amor, mesmo que eu tenha conhecido muito pouco.
    É difícil lidar com isso, como um pai nos deixaria passar por tanta coisa ruim? Mas lembre-se que a pesar de nosso pai terreno não estar ao nosso lado, temos um PAI a todo o tempo que cuida de nossos passos.
    Tenha certeza que naqueles dias de frieza e solidão Ele estava lá, estava mesmo sem vc vê, estava a limpar suas lágrimas, a te acariciar enquanto deitada sentia a dor mais profunda em seu coração. Ele não te largou um instante, esteve com vc em Seu colo todo o tempo, pq Ele te ama muito, Ele não te deixa só, mesmo que muitas vezes vc não O sinta e nem O veja agir ao seu redor. Ele sempre estará lá para vc, sempre ao seu lado!
    Podemos não ter conhecido muito bem um amor de pai, mas conhecemos o AMOR DO PAI, esse é infinito, eterno e incondicional e muito melhor e maior do qe de todos pais! (principalmente dos nossos)

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