quarta-feira, 30 de junho de 2010

Paralelo das ideias


Em um livro, daqueles que se lê com puro descaso e aleatório passar de olhos sobre as linhas e entrelinhas, vi um verso, sonsamente derradeiro que me refletira e trouxera à mente algumas poucas faces, e dentre elas (quem diria), me feita em palavras imaginativas e um tanto quanto incógnitas, mas mesmo assim  ilustração óbvia do meu desejo de ser, de viver e expressar.
“Sua imaginação povoava o mundo de demônios e esse mundo fantástico não só continuava, como também se alargava em seus sonhos e meditações” (Érico Veríssimo – O Tempo e o Vento).
 Bom, trocar algumas palavras  dessa frase não irá enfraquecer o verdadeiro sentido de seus pontos. “Demônio” é aquela ilusão intocada, abafada, talvez medos apreciados (acredite...isso existe) e diariamente vivenciado  em seu íntimo. É aquilo q desequilibra a balança, o que joga para o alto a única moeda, porém com dois lados, que existe dentro de você.
Se é válido transpassar a linha de um mundo real e paralelo (apoiado com a capacidade de expandir-se ), trazendo para o cotidiano tudo que rodeia sua mente com críticas e espaçamentos de moral e inventar uma maneira torta e cretina de enxergar  os meios por onde passamos; se isso é válido, cogitado, repensado e de longe relevado, talvez assim seja possível aquela tão sonhada auto-afirmação explícita e desavergonhada , impondo com meus passos e pulmões para gritar de maneira torta e cretina  as formas que os olhos enxergam o mundo que meus pés tocam.
Caminhando  sobre o muro, esperando ser notada pelos olhos curiosos dos lados opostos , desejosos de saber o que há do outro lado, para quem sabe , se fundirem em um só e mudar as lentes que focavam em ponto cego a parte desinteressante  da vida.

Aquele amor idealizado


Todas as noites eu vejo alguém.
Não o conheço e nem sua voz sei definir.
Ele canta, ele declama.
Ele me estende as mãos e suavemente diz ao meu ouvido “não sou o que você pensa... mas sou tudo aquilo que você deseja”.
Ele tem o “quê” de mim dentro dele por isso me ouve sem que eu nada diga.
É ele quem eu vejo quando fecho meus olhos e abro o meu coração pra sentimentos perigosos (ao menos para minha razão tão imperante).
São meus dias que definem o que sou ou o que me tornei.
É o tempo que, aquele que acusa o “tic-tac” do relógio que me mostra racional  por onde quer q eu passe... talvez dando nós em fantasias alheias , no momento em que a minha boca grita a parte amarga do amor...E quando então eu já não posso mais ouvir o “tic-tac” do relógio, me esqueço da razão e me adentro pelo vórtex  concebido pela parte perigosa do meu coração e é aí , nesse puro momento de sublime ilusão , que vejo aquele a quem eu chamo de “amor idealizado”.

Versos simples de adeus há tanto....


O tempo se esconde pra que hoje eu não veja o que ontem pulsava em euforia,insegurança,  alegria e SILÊNCIO.
Não me perco lá fora , absorta nos antigos pensamentos e lembranças que em raros momentos me faziam murmurar baixinho “que saudade”.
Hoje me vi buscando por versos que expressassem a lacuna que talvez  só pudesse ser preenchida por você, naquele lugar secreto onde as relíquias (já consumidas)  do nosso tesouro eram escondidas. Nesse lugar, o encontrei vazio, vi em uma folha de papel tão nova  que nem pude acreditar, encontrei os versos que queria e nesses versos  eu soube que a minha liberdade estava próxima, próxima o suficiente para que eu ouça o seu caminhar até mim, e sinta sua respiração em meu persigo.
Nasceu em mim um sorriso verdadeiro;
Brotaram nos meus olhos as lágrimas de felicidade;
Em minhas mãos os versos certos do mesmo que é passado e desde já, traz a esperança do futuro:
Eu te amei
Te amei em seu papel
Te amei  em suas palavras  e tons
Te  amei em suas poesias e sons
Te amei em seus beijos e toques
Te amei  em seus olhos e neles o seu eterno teatro
Te amei na parte minha que se perdia na sua
Te amei até mesmo em seu emudeço
Te  amei em mim o que se refletia em ti
Mas enfim o tempo passou.
E o verbo que antes era presente , hoje é dito em passado
E com o pouco que me resta  mas com o mais verdadeiro suspiro eu digo;
Porque eu simplesmente te amei.